quarta-feira, 20 de maio de 2020

Mixto 86 anos: Pesquisadora da UFMT destaca o papel do Alvinegro na construção do Verdão e efetivação do futebol mato-grossense

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O MixtoNet conversou com a Doutora Fabiana Cristina de Lima, pesquisadora em cultura contemporânea e integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas em Esporte, Cultura e Sociedade (GEPECS CNPq/UFMT), sobre o aniversário de 86 anos do Mixto. 


A Dra. Fabiana, que escreveu recentemente uma tese de doutorado cujo a temática foi tramas identitárias entre o período do Estádio Verdão e a Arena Pantanal, destaca o Mixto como parte constitutiva do futebol mato-grossense.

“Durante a condução de minha pesquisa, tive a possibilidade de uma aproximação com a história do Mixto Esporte Clube e isso me proporcionou a verificação da importância desse time de futebol para a constituição efetiva do futebol mato-grossense. O Mixto esteve presente e ajudou a formular o período áureo do futebol local, o número de títulos e de participação nas principais competições na década de 1970 e 1980 retratam bem essa minha afirmação sobre o referido time de futebol e explica claramente a sua familiaridade e identificação com o Estádio Governador José Fragelli – Verdão.”

A pesquisadora explica como o Alvinegro influenciou a construção do Estádio Verdão, marcando a entrada de Mato Grosso na modernidade do futebol e traçando laços afetivos entre torcedor, clube e estádio.

“Pode-se considerar que o time Mixto foi um dos grandes responsáveis pela conquista de um estádio maior e mais moderno para o povo mato-grossense, que foi instalado em Cuiabá no ano de 1976. Dessa maneira, tinha-se uma comunhão entre time e estádio de futebol. Se tratarmos essa questão pelo viés da tradição, certamente podemos verificar que o Mixto ainda está muito presente na memória e no imaginário coletivo dos cuiabanos e dos mato-grossenses.”

Fabiana Cristina diz que essa relação de identificação clube-estádio ainda não se intensificou na Arena Pantanal, possivelmente pelas atuações “frustradas” do clube no local que sediou Copa do Mundo.  

“Do meu ponto de vista, ouso em considerar que, por estar atravessando uma fase de muitas dificuldades, a atuação do Mixto na Arena Pantanal tornou-se inconstante e frustrada, o que pode contribuir para a falta de identificação desse time com o novo e maior estádio de futebol do estado de Mato Grosso”.

Relembrando das dificuldades que passa a agremiação, a Doutora lamenta a falta de apoio e alerta que isso pode ofuscar as equipes tradicionais como o Mixto diante das novas gerações.

“O atual momento vivido pelo Mixto retrata a inexistência de uma política pública e privada eficiente para auxiliar os times locais na superação de suas dificuldades financeiras. Sem ajuda dessas instituições, os times tradicionais do estado correm o risco de manterem-se ofuscado e distante das principais disputas esportivas estaduais e nacionais, o que, consequentemente, pode causar um “apagamento” desses times para as gerações vindouras.”
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Publicado por: MixtoNet

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2 comentários:

  1. Ricardo Freitas20 maio, 2020 13:32

    se o mixto e dom bosco e operario acabar acaba o nosso futebol

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  2. Excelente explanação da entrevistada! Tomara que o Mixto e toda sua história não caia no esquecimento desta e das próximas gerações!

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