terça-feira, 26 de maio de 2015

COLUNISTAS - Bastidores do Tigre 01: A semana dos 81 anos (Fábio Ramirez*)

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Bastidores do Tigre 01

O Mixtonet inaugura com essa postagem a coluna de opiniões. A ideia é ter colunistas que analisam, opinam ou criticam o dia a dia do Alvinegro. E você torcedor também pode participar, enviando seu artigo para contato@mixtonet.com. 

Vou falar de bastidores, buscando sempre trazer informações que não costumam circular nos noticiários. 

Para começar, quero comentar a semana que se passou. A semana do aniversário de 81 anos do Mais Querido. Uma semana melancólica, longe do que merecia o mais tradicional clube do estado.

Muito pouco a comemorar.

O que temos de positivo nesses 81 anos? Com certeza é a torcida, o maior patrimônio do clube que, mesmo com os vários (des)mandos e (des)governos das últimas diretorias, não sumiu e nem parou. A recém-inaugurada Loja Oficial do Mixto também deve ser um fator de orgulho, apesar de ameaçado por não acompanhar uma campanha de marketing e um time em campo. Só.

Do resto, preocupação e dor de cabeça.

No último Campeonato Mato-grossense o Alvinegro brigou para não cair. E teve diretor se vangloriando com isso. Oras bolas. O Mixto é (ou deveria ser) time para brigar pelo título. 

Patrocínios? O Mixto não teve em 2015. Aliás, teve ajudas pontuais, mas nenhum patrocínio máster. Para não citar o Cuiabá e Luverdense, que estão à frente no quesito profissionalismo, lembramos que o Dom Bosco e o rival Operário tiveram.

Os cartolas do Tigre sempre tinham uma desculpa na ponta da língua: "o Mixto não tem credibilidade"; "as últimas diretorias deixaram o clube sem moral"; "ninguém quer patrocinar por conta das dívidas que as últimas diretorias deixaram"; etc... Aí eu pergunto: quando esses diretores decidiram assumir o Alvinegro achavam que ali não tinha dívida? Achavam que o clube estava cheio de credibilidade?

Sócio torcedor? Sem mais ou menos decidiram abandonar.

O problema é que a atual diretoria assumiu o Mais Querido sem nenhum projeto real. Como se fosse um clube de bairro, amador. Não existia - e não existe - um plano para retomar a credibilidade do Mixto, um plano comercial e de marketing para atrair parceiros, investidores. 

O caminho adotado foi o contrário. Fazer rifas, leilão, almoço, jantar e cotizar entre os amigos. Só faltou um bingo.

A política do ”pires na mão” é o método de governo dos diretores do Tigre. Evidente que não teria sucesso. 

A receita é simples: pedir ajuda (financeira) aos torcedores, e quem não ajudar a gente sai dizendo que não é mixtense. E quando alguém questionar a forma como o clube é administrado, é só pegar o microfone e dizer: Assumimos o Mixto por que não tinha ninguém para assumir. Subliminarmente estão dizendo: aceitem o que temos e não reclamem, pois ou é isso ou o Mixto acaba. Uma falsa verdade, propositalmente plantada para iludir e enganar o torcedor. Escondem que existia um grupo de conselheiros que negociava com a justiça do trabalho para um convênio que viabilizaria o Mixto contabilmente (primeira ação para buscar patrocínios) e uma negociação com a conceituada agência de marketing FCS. Entreguei pessoalmente uma carta no dia da eleição alertando que a parceria com o Grupo Gebara (aposta da atual diretoria) era uma furada e que tínhamos que prorrogar a eleição para avaliar melhor o que fazer. Mas não ouviram e deu no que deu.

Enquanto Cuiabá e Luverdense avançam, nestes 81 anos ainda continuamos torcendo pelo profissionalismo bater a porta do querido Alvinegro da Vargas. 

25/05/2015

* Por Fábio Ramirez. 
Integrante do Conselho Deliberativo do Mixto e membro da Torcida Boca Suja
fabioramirez.com@gmail.com

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Publicado por: Fábio Ramirez

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