Opinião: Falta dignidade na organização do futebol de Mato Grosso

O Campeonato Mato-grossense de futebol de 2010 não é diferente dos anos anteriores. Com problemas de organização, falta de competência dos dirigentes, falhas de arbitragens, contratos mal feitos, estádios sem as mínimas condições para prática esportiva, equipes fracas, torcedor longe dos estádios e, o principal deles: a falta de futebol descente.

Todos esses problemas se arrastam há décadas e fazem com que o futebol desapareça dos estádios. Algo muito triste para os torcedores, que tem neste esporte a alegria de viver e uma paixão dentro do peito.

Mas, voltando ao Campeonato Estadual, podemos presenciar algo que pode levantar essa modalidade. Há sim, uma alternativa para melhorar esse esporte. De todos esses problemas, fica evidente que há uma saída urgente a ser tomada, pelos exemplos citados acima neste texto.

Temos que tomar de exemplos todos esses fatores e virar a página desta melancólica história deixada por esses dirigentes. A única alternativa é a Federação Mato-grossense de Futebol (FMF) ter uma lavagem geral dos vícios praticados nestes últimos 25 anos de futebol.

Cuiabá merece um futebol melhor do que está sendo praticado pelos times da capital. Atualmente, é vergonhoso assistir jogos do Campeonato Mato-grossense. Falta tudo. Competência dos dirigentes, jogadores com capacidade técnica abaixo de um atleta profissional, organização fraca, arbitragem sem as mínimas condições de uma partida oficial, estádios sem as mínimas normas exigidas para sediar jogos e, agora, pasmem, a bola dos jogos é de segunda categoria. Precisa citar algo mais?

Diante de todos esses problemas, não podemos desanimar, pois Cuiabá será sub-sede da Copa do Mundo de 2014. Há saídas urgentes que podem mudar esse quadro caótico do futebol profissional.

Há pessoas que marcaram época na organização do futebol profissional e que estão sendo esquecidas pelos (que se dizem) atuais dirigentes e que poderiam ser aproveitadas para oxigenar esse esporte. Essas pessoas poderiam ser melhor observadas “por esses interesseiros”, mas esses dirigentes preferem deixá-los de lado e ver o futebol profissional ser esmagado pela incompetência de gerenciar e colocar o interesse pessoal acima de tudo.

Quem está perdendo com tudo isso é o próprio futebol e, principalmente, o Estado. Faça um teste você mesmo torcedor: pergunte para pessoas de outros estados brasileiros como elas vêem o futebol de Mato Grosso. A resposta é imediata e em tom de pergunta: existe futebol no Estado?

Isso tudo é o reflexo da administração atual de clubes, arbitragem e Federação. Será que essas pessoas que denigrem o futebol mato-grossense não enxergam isso? Ou será que tem algo misterioso e bom para não largar a direção de clubes e Federação?

Vamos citar alguns exemplos de times mato-grossenses que disputaram o Campeonato Brasileiro da Série C e D. Aqui não dá para falar nem da Série B, e muito menos sonhar com a elite, a A.

As equipes de Mato Grosso são sacos de pancadas nestas competições. Só servem de chacota e ainda, para aumentar o saldo de gols dos adversários, com goleadas e mais goleadas vexatórias. Isso sem falar na Copa do Brasil. Mas, não podemos deixar de citar o exemplo do Luverdense, que conseguiu se manter na Série C e ainda enfrentou em igualdade de condições o Coritiba.

O futebol mato-grossense chegou no fundo do poço e, o pior, esse buraco não mina mais água pura. Algumas pessoas tentam colocar um pouco de água nesse poço, mas o que se observa, é que esse líquido está ficando cada vez mais sujo. Para melhorar o futebol estadual, necessita de tempo e, principalmente, dirigentes compenetrados com a dignidade de organização.

Por José Luis Laranja, jornalista em Cuiabá

25/04/2010

fonte: José Luis Laranja/Craques do Rádio