quarta-feira, 20 de maio de 2020

Mixto completa 86 anos de conquistas e tradição

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Fábio Ramirez/MixtoNet


O Mixto Esporte Clube completa neste 20 de maio 86 anos de conquistas e tradição. O clube quase centenário, cresceu acompanhando a transformação de Cuiabá de uma acanhada cidade do início do século XX para a moderna metrópole de hoje. O Mixto é o clube do sotaque e da culinária cuiabana. A agremiação esportiva que mais representa nossa cultura. 

De longe, é o mais vitorioso que os gramados mato-grossenses já presenciaram. São 24 conquistas de campeonatos estaduais, dentre os quais, o exclusivo tetracampeonato de 1954 e 1982. Ficou conhecido como o Tigre da Vargas, resquício de sua antiga sede erguida com contribuições voluntárias, e que se localizava na principal avenida da Cuiabá. A sede foi vendida, em um episódio que dói até hoje para todo mixtense que viveu ali carnavais cuiabanos e intermináveis festas populares. 

O campeão dos 250 anos de Cuiabá foi também o primeiro mato-grossense a vencer uma competição nacional, o Centro Oeste de 1976. Das várias participações na elite do futebol brasileiro, fez jogos memoráveis como a vitória por 1 a 0 contra o Vasco da Gama no Campeonato Nacional de 1976, quando o craque Adavilson Pelezinho marcou um belíssimo gol olímpico nos minutos finais da partida. Ou na goleada mixtense por 4 a 2 em cima do Cruzeiro pelo Campeonato Brasileiro de 1982, com o craque Tostão destruindo o time mineiro com três gols na partida. Ou o histórico duelo entre Mixto e Operário de Várzea Grande valendo vaga para o Campeonato Brasileiro de 1976, o duelo anunciado como “quem vai para o Nacional”? A vaga ficou com o Mais Querido. O destino ainda colocou Mixto e Operário VG em outro embate histórico, em 1979 pelo Campeonato Brasileiro, com vitória do Tigre por 4 a 3.

O Branco e Preto reinou no antigo Estádio do Comércio (hoje campo do Liceu Cuiabano), no Estádio Presidente Dutra e no Estádio Verdão. Levou os maiores públicos que o futebol regional já presenciou. E inaugurou a Arena Pantanal, no empate contra o Santos pela Copa do Brasil de 2014.

Mas, as últimas três décadas têm sido de dificuldade. Após o título de 1989, o Tigre ganhou apenas dois Estaduais, o de 1996 e o de 2008. Este último conquistado na raça, contra o poderio econômico do agronegócio que despejava dinheiro no União de Rondonópolis. Nos últimos 30 anos perdemos a sede na Getúlio Vargas, a Vila Olímpica na estrada da Chapada e acumulamos dívidas que passaram a ser o grande obstáculo para o clube. 

Na tentativa de reerguer, o Mixto amargou sofridas eliminações. Como a vitória de 4x2 contra o América-AM pela Série D de 2010, mas sem classificação para decidir o acesso à Série C, pois perdemos no placar agregado. Ou o vice-campeonato mato-grossense de 2013 com a doída perda nos pênaltis para o Cuiabá. Ou a recente virada sofrida para a Chapecoense, nos minutos finais da segunda fase da Copa do Brasil de 2019, deixando escapar cifras milionárias. 

Grande parte do torcedor se afastou do estádio, acostumado a ver grandes times do Mixto em campo, parecem estar em stand-by, aguardando o ressurgimento do poderoso Mixto de Cuiabá com sua imponente faixa diagonal no peito. Contraditoriamente, dos poucos que seguem religiosamente indo aos estádios, com derrota ou sem conquistas, destaca-se a grande quantidade de jovens e a aguerrida Torcida Boca Suja. Essa voz da arquibancada indica que existe um futuro. 

O Mixto caiu para a Segunda Divisão do Estadual, não tem patrocínio e parece ter chegado ao fundo poço. Mas grandes equipes passaram por crises que pareciam terminais, superaram e voltaram à glória. Os problemas, sejam eles de natureza contábil, jurídica ou econômica precisam ser resolvidos pelos dirigentes do clube. É o que o mixtense espera. O torcedor só quer torcer, mas precisa do Mixto em campo. 

Voltar para Série D e ter um calendário, é o grande sonho do momento. Conquistar o inédito título de campeão estadual na Arena e voltar a vibrar nas arquibancadas do Dutrinha, a verdadeira casa mixtense. E porque não, sonhar em um dia voltar para onde estivemos por muito tempo, na elite do futebol nacional. O papel do torcedor é sonhar, torcer e cobrar resultados. O papel dos dirigentes é resolver os problemas e remover os obstáculos. 

Aquele clube de mulheres e homens idealizado por Zulmira Canavarros em 1930 pede atenção!  

Viva os 86 anos do Mixto!
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Publicado por: MixtoNet

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Um comentário:

  1. Ricardo Freitas20 maio, 2020 13:36

    parabens mixto do meu coração é hora do tigre voltar a ser grande

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