NOVO VERDÃO (Arena Cuiabá)
Um Estádio moderno e funcional
Novo Verdão - vista aérea |
O novo projeto do estádio Verdão prevê a construção de um estádio simples e funcional. Com um projeto que foi considerado um dos melhores pela Fifa, a obra que será erguida ao lado do ginásio Aecim Tocantins, contará com um amplo complexo para visitação durante toda a semana. Parte das arquibancadas poderão ser desmontadas para que a arena ganhe mais espaço físico provisório.
A nova arena, com projeto criado pela empresa de arquitetura GCP Arquitetos de São Paulo e execução do consórcio Santa Bárbara/Mendes Júnior (MG e SP), vai comportar 42,5 mil pessoas sentadas e acomodadas para os jogos do Mundial de 2014. O projeto prevendo um estádio aberto e bem ventilado. Porém como será feito com placas de pré-moldados poderá ser reduzido para 28 mil pessoas, reduzindo custos de manutenção e atendendo assim a necessidade do futebol regional. As salas exigidas pela Fifa durante a Copa, localizadas abaixo das arquibancadas serão retiradas posteriormente para transformar o espaço em um Centro de Convenção.
O estádio será de múltiplo uso, para que, depois do evento, possa ser utilizado como centro de convenções, palco para shows, feiras, entre outros. A arquitetura ficou mais moderna e com estilo europeu. As divisões serão modulares e parte das arquibancadas atrás dos gols poderão ser retiradas quando se fizer necessário, uma vez que serão de blocos pré-moldados.
Vista interna das arquibancadas |
As mudanças foram apara aperfeiçoar o projeto, que ficou mais versátil, simples e barato. Os materiais de insumo poderão ser adquiridos em Mato Grosso e nada precisará ser importado. Houve preocupação por buscar sustentatibilidade e preservação. O projeto prevê obra com arquitetura moderna que, depois do evento, irá atender a sociedade mato-grossense. Após a Copa, o complexo será administrado por meio de concessão.
O novo complexo do estádio Governador José Fragelli (Verdão) custará aos cofres públicos R$ 342 milhões e será executao pelo consórcio Santa Bárbara (MG) e Mendes Júnior (SP). No projeto prevê além arena, a construção de lojas, restaurantes, além de um parque de lazer com lago, onde as crianças poderão andar de pedalinho. A palavra chave será versatilidade. A intenção é que o complexo seja aproveitado pós-copa e a população será a maior beneficiada.
Vista noturna do Novo Verdão |
Vista lateral do Novo Verdão |
CONHEÇA O PROJETO
Novo Verdão será uma arena flexível e sustentável. A concepção da nova Arena Cuiabá para o Mundial de 2014 partiu dos três pilares da sustentabilidade: econômico, social e ambiental. A receita pode parecer batida, ainda mais que o evento brasileiro foi batizado de “Copa Verde”, mas o projeto leva a fundo os pressupostos.
A área prevê estacionamento para 15 mil vagas. As arquibancadas - todas cobertas e com assentos - estarão divididas em níveis. Haverão camarotes e espaço de imprensa em 108 divisões.
A exibição atende as exigências da Fifa, que é o de transformar o estádio, mas mantendo as características da Cidade Verde. A praça esportiva é de uma arquitetura arrojada, semelhante aos estádios ingleses, mas com a cara de Cuiabá, com a inclusão de áreas verdes em seu entorno.
O novo estádio será de multiuso, para grandes eventos como shows e feiras agropecuárias. As arquibancadas atrás dos gols serão móveis, com possibilidade de serem retiradas para dar passagem para carros de grande porte, como carreta, tratores, entre outros, quando necessário em feiras. Além disso, haverão lojas, restaurantes e lago artificial no entorno do estádio.
O estádio também terá áreas específicas como business seats, tribuna de honra e camarotes VIPs. O campo de jogo prevê dimensões de 105x68 metros. Não haverá o fosso como no velho estádio Verdão. Isso permitirá maior proximidade do público com o campo e jogadores.
O novo estádio, de acordo com o projeto, terá quatro conjuntos de bilheterias com seis guichês cada, totalizando 12 guichês ao lado norte e mais 12 ao lado Sul. De acordo com o projeto, o acesso do público às arquibancadas inferior e superior, se dará por meio de 14 portões e 72 catracas eletrônicas com leitores de ingressos.
O projeto dispõe de praça de alimentação em níveis 1, 2 , 3 e 4, restaurante e bar. O estádio contará com dois postos de pré-atendimento localizados nos níveis 1 e 5, unidade clínica com 130m² e uma sala de primeiros socorros. Está previsto um sistema de som para comunicação pública, dentro e fora do estádio, com volume automático, capaz de enviar mensagens exclusivas aos setores individuais, como tribuna de honra e aos assentos restritos.
Serão utilizados dois placares telões, de comunicação eletrônica. O estádio contemplará oito áreas, de 85m² cada, com oito vagas para cadeirantes e obesos, mais oito lugares para seus respectivos acompanhantes totalizando 128 lugares disponíveis para portadores de necessidades especiais e obesos. O auditório terá uma área de 130m² e uma capacidade de 88 assentos.
No entorno haverá uma praça com áreas de lazer para incentivar a urbanização do bairro Cidade Alta. Uma atenção à ventilação e aos requisitos de construção sustentável orientou o projeto.
O grande desafio do projeto foi aliar sustentabilidade, funcionalidade e custo. Opção, no entanto, que gerou críticas tanto de autoridades estatais, que gostariam de uma estrutura permanente e de maior porte, quanto de arquitetos, que esperavam uma arquitetura simbólica que remetesse à cultura regional.
“Arquitetura é arquitetura. Existem projetos com intenção iconográfica, inclusive com certas forçações de barra, mas há também a arquitetura pensada com uma função, que é a nossa maneira de ver”, afirmou o arquiteto Sergio Coelho, autor do projeto do novo Verdão. "Os estádios monumentais com que sonham os políticos simplesmente não fecham a conta depois de construídos", completou o arquiteto.
Arena flexível
A construção da Arena Cuiabá demandará a demolição do estádio Governador José Fragelli, conhecido como Verdão, inaugurado em 1975. Parte dos resíduos será utilizada na pavimentação da praça, cuja área, somada à do estádio, chega a 300 mil m2.
Para reduzir os custos de manutenção no pós-Copa, a arena foi concebida em quatro módulos independentes. A cobertura e a arquibancada superior dos setores norte e sul terão uma estrutura metálica desmontável. O projeto conceitual desse sistema foi desenvolvido pelo escritório londrino Sinclair Knight Merz, com detalhamento da empresa Ponto de Apoio. Desse modo, cerca de 30% dos 43 mil assentos da arena poderão ser removidos depois do Mundial.
“Os quatro módulos do estádio são absolutamente idênticos. A única diferença é que a estrutura da parte flexível é metálica aparafusada e o resto é em concreto pré-moldado”, afirma Coelho. Os anéis inferiores serão permanentes para caracterizar a arena.
Os 80 camarotes serão instalados entre as arquibancadas superiores e inferiores. A ala oeste concentrará vestiários, tribuna de honra e setor de imprensa para 800 profissionais.
Esquema de montagem de arquibancada e cobertura metálica (setor em vermelho é permanente, e em zul é flexível) |
Vista seccionada das arquibancadas da lateral do campo (Setor leste e oeste) |
Vista seccionada das arquibancadas do fundo gol (Setor norte e sul). Em vermelho, arquibancada e cobertura desmontáveis |
Novo Verdão terá 43 mil lugares. Nos setores intermediários 80 camarotes |
55% de visibilidade - considerada ótima pela Fifa (setor marcado em AZUL); distância máxima considerada boa pela FIFA (setor pontilhado em VERMELHO) |
Ventilação, consumo eficiente e reciclagem
Segundo a coordenadora do projeto, Alessandra Araújo, o partido arquitetônico priorizou a ventilação do estádio, já que o verão cuiabano atinge temperaturas em torno dos 40°C. “O estádio é completamente vazado nas laterais e na cobertura. Também tentamos criar uma convexão térmica para que a diferença de temperatura propicie a circulação do ar. O canto com paisagismo favorece isso.”
A arena terá dispositivos economizadores que reduzirão em até 20% o consumo energético do edifício. Sistemas para a captação de água pluvial e a implantação de uma estação de tratamento de efluentes também serão instalados.
Sistema de captação de água pluvial, tratamento e re-uso |
Sistema de circulação e resfriamento natural do vento |
Integração com o entorno
Segundo Alessandra, o grande trunfo do projeto é a integração da arena com o entorno, o que pode incentivar o desenvolvimento urbano do bairro Cidade Alta. “A intenção do parque não é apenas a de deixar um legado, mas a de criar um foco de atratividade numa região que ainda precisa acontecer urbanisticamente”, diz.
No parque haverá restaurante, espelho d’água, choperias e playgrounds. Durante a Copa, a área servirá para as instalações de hospitalidade da Fifa e de TV Compound (estacionamento de caminhões de transmissão de TV), além de abrigar 2.580 vagas de estacionamento. Fora do estádio haverá mais 4.000 vagas.
1-Espelho d´Água; 2-Restaurante; 3-Choperias; 4-Playground; 5-Escalinata; 7-Centro de Midia (Ginásio Aecim Tocantins); 9-TV Compound; 10-Hospitality Village. |
Assim ficará o Novo Verdão para a Copa |
Configuração do Novo Verdão após a Copa (Sai a arquibancada metálica e a cobertura atrás do gol) |
Ficha técnica do novo Verdão
- Início do projeto: 2009
- Início das obras: Abril de 2010
- Conclusão: Dezembro de 2012 (prazo)
- Terreno: 307 mil m2
- Construção: 101 mil m2
- Demolição: 58,5 mil m2
- Custo da obra: R$ 342 milhões
- Construção: Consórcio Santa Bárbara/Mendes Júnior (MG e SP)
- Projeto de arquitetura: GCP Arquitetos
- Aquitetura esportiva: Grupo Stadia
- Equipe de projeto: Sérgio Coelho (autor); Adriana Oliveira e Maurício Reverendo (coautores); Danilo, Carvalho (coautor, Grupo Stadia, arquitetura esportiva); Alessandra Araújo (coordenação geral/ sustentabilidade)
- Estrutura metálica e arquibancadas e cobertura desmontáveis: Sinclair Knight Merz; Ponto de Apoio
- Estudo de fluxo de espectadores: Steer Davies Gleave
- Imagens 3D: Neorama
- Projeto de instalações: MHA Engenharia
- Projeto de concreto e fundações: EGT
- Certificação Leed: CTE
- Paisagismo: KM Kaiser
- Luminotécnica: Acenda
- Comunicação Visual: Kojima
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fonte: Rafael Massimino/Site Copa no Pantanal/Olhar Direto/Folha do Estado/Diário de Cuiabá/Secom