segunda-feira, 8 de junho de 2009

Estudo aponta “fragilidade” de Cuiabá para Copa do Mundo

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08/06/2009

Edilson Almeida


A fatura está liquidada: Cuiabá é a sede do Pantanal da Copa do Mundo de 2014. A euforia de vencer a concorrente Campo Grande, Capital de Mato Grosso do Sul, no entanto, precisa ser transformada urgentemente em missões de trabalho. É pelo menos o que sugere o estudo denominado "Vitrine ou Vidraça: Desafios do Brasil para a Copa de 2014", produzido pelo Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva (Sinaenco). A capital de Mato Grosso enfrenta deficiências graves no setor de mobilidade urbana, na rede hoteleira e também de segurança. Em outras palavras, há muito que se fazer e as dificuldades são consideráveis.

O relatório coloca em cheque a capacidade de captação de recursos de Cuiabá – e também de Manaus, escolhida como Sede da Amazônia do Mundial de 2014 - para a realização dos projetos. Com o anúncio da não transferência de recursos federais para as obras nas cidades sedes, os municípios se vêem inclinados a criar Parcerias Público-Privadas (PPP) para a viabilização da infraestrutura. E é ai que mora o problema: esta tendência pode tornar-se um grande risco para as cidades que não têm grande visibilidade no futebol nacional, como é o caso de Cuiabá.

Apesar da influência do presidente da Federação Matogrossense de Futebol (FMF), Carlos Orione, o “Barão”, considerado um dos responsáveis diretos pelo êxito da conquista de Cuiabá, é preciso reconhecer: há anos e anos que o futebol de Mato Grosso capenga. E capenga feio. E nem precisa ir muito longe. Tirando a Copa do Brasil, que tem critério eminentemente políticos, o futebol do Estado não passa da Série C. No ultimo final de semana, ao estrear na competição, o Mixto foi flagrantemente goleado em São Paulo.

“A falta de uma freqüência na realização de eventos esportivos nos municípios torna as obras pouco lucrativas para o pós-Copa, o que pode espantar os investimentos da iniciativa privada, obrigando as prefeituras a assumir inteiramente os gastos com as arenas” – destaca o site Amazônia.org.

Para a Copa de 2014, Cuiabá está desenvolvendo o projeto de renovação do Estádio Governador José Fragelli, o Verdão, originalmente construído em 1999. A previsão é de que a obra seja concluída até dezembro de 2012, para a realização da Copa das Confederações, e conte com investimentos da ordem de R$ 350 milhões. Com a reforma, a nova arena terá capacidade para 48 mil torcedores, e uma área com camarotes, tribuna de honra e gabinetes de imprensa.

O plano estadual para a Copa 2014 prevê ainda a implantação de quatro Centros de Treinamento que poderiam receber as seleções escaladas para jogarem em Cuiabá. Os centros seriam instalados nas cidades de Chapada dos Guimarães, Barão de Melgaço, Lago do Manso e Várzea Grande.

A fragilidade da cena esportiva local fica patenteada com jogos de pequeno público. A viabilidade econômica do empreendimento poderia ser fortalecida caso o Verdão se transforme em uma arena multiuso, que também possa acolher shows e outros eventos de grande público. O governador Blairo Maggi, ao se pronunciar oficialmente sobre a escolha da Capital de Mato Grosso para ser a Sede do Pantanal da Copa de 2014, já sinalizou a transformação do Verdão em arena multi-uso. Mas não é só. Segundo o estudo, as autoridades do Estado vão precisar realizar esforços no sentido de incluir Cuiabá na rota dos grandes shows musicais internacionais.

“O risco é o novo estádio ter o mesmo destino do Ginásio Aecim Tocantins, um investimento de R$ 26 milhões que recebe poucos eventos e fica praticamente fechado às atividades esportivas da comunidade” – frisa o documento, que conclui com um alerta contundente: “Mato Grosso tem como um dos principais desafios, enfatizar as suas vitrines e superar as vidraças, o que já vem fazendo. Mas tem um prazo curto para reverter as imagens negativas”.

fonte: 24 Horas News
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Publicado por: Fábio Ramirez

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